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Questões Tribulacionistas - Introdução

(Autor: Bispo José Ildo Swartele de Mello)

Por 19 séculos de história da Igreja, todos os cristãos, de todas as confissões cristãs, sem nenhuma exceção, eram pós-tribulacionistas, crendo que a Igreja passaria pela Grande Tribulação, e crendo também que a Segunda Vinda de Cristo seria um evento único, visível, que incluía o arrebatamento da Igreja. Já o pré-tribulacionismo surgiu pela primeira vez na história em meados do século XIX com o surgimento do movimento conhecido como dispensacionalismo, que surgiu na Grã Bretanha, através do grupo denominado Irmãos de Plymouth, liderado por John Nelson Darby (1800-1882), que, entre outras coisas, cria e pregava que a Igreja não passaria pela Grande Tribulação e que a Segunda Vinda de Cristo se daria em duas fases: sendo a primeira secreta e invisível para o mundo, restrita ao arrebatamento da Igreja com a remoção do Espírito Santo da face da Terra, depois se seguiria a Grande Tribulação de 7 anos de duração, período em que se daria a conversão de Israel, vindo, depois disto, a segunda fase da Segunda Vinda de Cristo, de modo visível, de maneira gloriosa. Existe também uma versão intermediária denominada mid-tribulacionismo, que combina elementos do pós-tribulacionismo ao afirmar que a Igreja passará pela Grande Tribulação, juntamente com elementos do pré-tribulacionismo, quando ensina que a Segunda Vinda do Senhor se dará em duas fases, sendo que a primeira seria no meio do período da Grande Tribulação. Pois para eles a Igreja sofre a Grande Tribulação promovida pela perseguição do anticristo, mas escapa, através de um arrebatamento da Ira de Deus que, segundo eles entendem, se abaterá sobre a terra na segunda metade da Grande Tribulação.
Neste capítulo, estarei me concentrando em refutar as bases dos argumentos pré-tribulacionistas, por se tratar do ponto de vista predominante no seio da Igreja evangélica latino-americana e por entender também que, à medida que eu for demonstrando a debilidade bíblica do pré-tribulacionismo, estarei também dando uma resposta aos mid-tribulacionistas. Veja abaixo um quadro comparativo entre os três pontos de vista que preparei com intuito de facilitar o entendimento deste debate por parte daqueles que talvez não estejam assim tão familiarizados com o tema:
“Tabela” 1 – Comparativa – Questões Tribulacionistas

PÓS-TRIBULACIONISMO
1.“Segunda vinda” após “a Grande Tribulação”
2.A Igreja passa pela “a Grande Tribulação”
3.O arrebatamento não é secreto
4.Segunda vinda de Cristo em uma única fase, que inclui arrebatamento (ambos após a Grande Tribulação)
5.Sinais antecedem a Segunda Vinda
6.História: remonta aos tempos da Igreja primitiva


PRÉ-TRIBULACIONISMO

1.“Segunda vinda” antes da “grande tribulação”
2.A Igreja não passa pela “grande tribulação”
3.Arrebatamento é secreto
4.Segunda vinda de Cristo em duas fases: 1) Arrebatamento (antes da Gde. Trib.) 2) Vinda Manifesta a todos (após)
5.Vinda iminente, nenhum sinal necessariamente antecede a Segunda Vinda.
6.História: origem recente, meados do século XIX, com Darby (dispensacionalismo)

MID-TRIBULACIONISMO
1.“Segunda vinda” no meio da “grande tribulação”
2.A Igreja passa pela “a grande tribulação” - mas é removida antes do derramamento da ira de Deus
3.Arrebatamento é secreto
4.Segunda vinda de Cristo em duas fases: 1) arrebatamento (no meio da Gde. Trib. Ap 11.15-18) 2) Vinda Manifesta (após)
5.Sinais antecedem à Segunda Vinda
6.História: o mais recente de todos (início do século XX)

A seguir passarei a refutar as bases do pré-tribulacionismo, que se baseia numa interpretação literalista das Escrituras que faz uma dicotomia rígida e absoluta entre o Israel do Antigo Testamento e a Igreja do Novo Testamento, chegando a ponto de concluir que a Igreja é um parêntese no plano de Deus e imprevisto nas Escrituras do Antigo Testamento. O que tem implicações para o conceito do Reino de Deus e da Missão da Igreja, pois os dispensacionalistas entendem que, se Israel tivesse aceitado o Reino oferecido pelo Messias, Jesus teria restaurado e ampliado o Reino político de Israel à semelhança do reinado de Davi, mas com a rejeição, o relógio dos registros das realizações proféticas é paralisado, os cumprimentos proféticos ficam suspensos, o Reino fica adiado até a Segunda Vinda de Cristo, e a Igreja surge como um parêntese neste intervalo da “partida” de Deus com Israel. Partida esta que teria seu reinício com o arrebatamento da Igreja e a remoção do Espírito Santo, que abriria portas para o aparecimento do anticristo e a inauguração de uma nova dispensação, que eles denominam de dispensação da Grande Tribulação. Tudo isto baseado principalmente na crença de que Deus tem dois povos: Israel e a Igreja. Tendo dois planos e destinos distintos, um para cada um de seus dois povos.

Comentários

  1. CARO BISPO ILDO,

    PARABENS PELO BLOG.

    OPORTUNO.

    PASSAREMOS A DIVULGAR UM ARTIGO SEMANALMENTE, NO WWW.EVANGELICA.COM.BR

    CONTINUE SENDO UMA BÊNÇÃO NO REINO DE DEUS.

    Pr.PARENTE

    ResponderExcluir
  2. Caro amigo Pr. Parente,

    Que bom que gostou dos estudos do blog. Fico feliz em saber que estará publicando os artigos em seu excelente website!

    Deus continue abençoando sua vida e ministério.

    Ildo

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  3. Fui, por mais de 20 anos ensinado sob a égide do pré. Pré-tribulação; Pré-milênio; etc, etc. Acontece, todavia, que após uma peregrinação profética, buscando pelos caminhos das escrituras respaldo para tantos prés, tomei ciência pelas próprias palavras de Jesus, que tudo que me ensinaram anteriormente fora muito mal entendido. A primeira observação foi a que se relaciona com o tão propalado "arrebatamento da igreja". A forma propedêutica para anoção do prefalado "arrebatamento" são as palavras ditas pelo Senhor e narradas por Mateus no Cap.24, que transcrevo: Porém, a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas unicamente o Pai. como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do filho do homem. pois assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos - assim será também a vinda do Filho do homem. Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro. Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada a outra. (Mateus 24:36-41)- Não existe nenhum arrebatamento secreto; ou público, ou seja lá que tipo se queira imaginar e/ou pensar narado no prefalado texto. Tal idéia, tanto em palavra quanto em doutrina é totalmente desconhecida pela Bíblia. Toda essa parafasia moderna de "arrebatamento" dos pilotos em aviões, modismos tais como os usados nos automóveis com dizeres tipo "se este carro ficar desgovernado é por motivo de arrebatamento", tudo não passa de um produto neurótico da mente de falsos mestres. Não existe arrebatamento secreto ou em duas fases ensinado na Bíblia. Foram vinte anos de engano no meu caso. O contexto geral de Mateus é a própria Escritura. O contexto imediato é uma solene advertência pessoal "daquele dia e hora". Tendo predito que todos aqueles eventos ocorreriam naquela geração(24:34-35), o Senhor exorta à vigilância aos seus ouvintes originários. O contexto exato e preciso é o exemplo de um julgamento do Antigo Testamento que pegou a geração de Nóe totalmente desprevinida. A vinda do Filho do homem nada tem a ver com arrebatamento, mas com juízo sobre a nação de Israel - Mt.16:28; Mt.10;5-23; Lucas 21:20-22. Os levados são comparados àqueles que o dilúvio(juízo) da época de Noé levou - Os levados, segundo Nosso Senhor Jesus Cristo, não são os crentes, mas os ímpios (Mateus 24:39; Lucas 17:27). Jesus aqui não fala de crentes sendo arrebatados, todavia, mostra claramente os ímpios sendo aniquilados pelo juízo de Deus. Isso muda tudo e, de uma maneira completa fica toda a escatologia pré qualquer coisa totalmente destituida de tudo. Abraços. J. Carlos.

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  4. muito bem dissertado e explicado o assunto , tao importante e muito propalado em nossos dias, sendo que sem estas assepticas distinçoes feitas, ao desinformado e nao diligente cristao , este é levado a crer que estas ilaçoes escatologicas sejam unicas e veraz, nao cabendo outra forma de pensar e reflitir sobre o tema.pessoalmente , em dado mometo da minha conversao cheguei a pensar que deus teria dois povos e dois desfechos distintos no curso da historia, mas , hoje, seguro estou que em cristo na´há judeus nem gentio(goin) e sim povo de deus , que para almejarem a salvaçao ''todos'' terao que dobrarem os joelhos diante de jesus e econhecerem que ele é o sr.o unico caminho a unica porta de acesso a eternidade feliz.e se hoje o judeu mais ortodoxo ao gentio mais profano se estes nao se curvarem em arrependimento e mudarem o padrao de conduta, nao serao salvos.do jeito que é feita a exposiçao dos pré -tribulacionistas , a subjetividade torna-se maior e sigificativa do que a interpretaçao majoritaria da cristandade, a despeito de desta visao cinematografica e causadora de insegurança e provocadora de neurose coletiva em boa parte deste rebanho inerme a boa informaçao e a exegese coerente com o texto. parabens pela lux lançada nas trevas da massificaçao.lucio correa de andrade -n. iguaçu -rj

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  5. A PAZ DO SENHOR A TODOS, DEUS ME REVELOU QUE A IGREJA PASSARA PELA EPOCA DA MARCA DA BESTA E QUE A MARCA SERA O MICROCHIP, JA POSSUIMOS TODAS AS PROVAS E A CADA DIA CHEGA MAIS, DEVEMOS NOS PREPARAR PARA O QUE ESTA POR VIR, JA ESTAMOS DANDO PALESTRAS EM ALGUMAS IGREJAS AQUI NO RJ, VEJA NOSSO HUMILDE E SIMPLES VIDEO: http://www.youtube.com/watch?v=ybfqS35U3EA DUVIDAS 021-91487408 /32487353 - LIGUE-ME DE UM TEL FIXO QUE LIGO DE VOLTA EM TODO O BRASIL. A PAZ. EV. FRANCISCO CARLOS , PARABENS PELO BLOG.

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  6. E esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.” (1Ts 1:10 ACF).
    Meu irmão..SE O SENHOR TIRAR A PALAVRA "DA" E COLOCAR NO LUGAR DELA A PALAVRA "NA"..O QUE MUDA NO TEXTO?

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  7. O Pré-tribulacionismo ensina que o Arrebatamento ocorre antes da Tribulação começar. Naquela época, a igreja irá encontrar Cristo nos ares e em algum momento depois disso o Anticristo é revelado e a Tribulação começa. Em outras palavras, o Arrebatamento e a Segunda Vinda de Cristo (para estabelecer o Seu reino) são separados por pelo menos sete anos. Segundo essa visão, a igreja não passa pela Tribulação.

    Biblicamente, o ponto de vista pré-tribulacional tem muito a seu favor. Por exemplo, a igreja não é designada à ira (1 Tessalonicenses 1:9-10, 5:9), e os crentes não passarão pelo Dia do Senhor (1 Tessalonicenses 5:1-9). A igreja de Filadélfia recebeu a promessa de ser guardada da "hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro" (Apocalipse 3:10). Note que a promessa não é da preservação através do julgamento, mas de ser guardada da hora, isto é, do período de tempo do julgamento.

    O Pré-tribulacionismo também encontra apoio no que não é encontrado nas Escrituras. A palavra "igreja" aparece dezenove vezes nos três primeiros capítulos de Revelação, mas, significativamente, a palavra não é usada novamente até o capítulo 22. Em outras palavras, em toda a longa descrição da Tribulação de Apocalipse, a palavra igreja é visivelmente ausente. Na verdade, a Bíblia nunca usa a palavra "igreja" em uma passagem relativa à Tribulação.

    O Pré-tribulacionismo é a única teoria que claramente mantém a distinção entre Israel e a igreja e os planos distintos de Deus para cada um. Os setenta "setes" de Daniel 9:24 são decretados sobre o povo de Daniel (os judeus) e a santa cidade de Daniel (Jerusalém). Esta profecia torna claro que a septuagésima semana (a Tribulação) é um tempo de purificação e restauração para Israel e para Jerusalém, não para a igreja.

    Além disso, o Pré-tribulacionismo tem suporte histórico. De acordo com João 21:22-23, parece que a igreja primitiva enxergava o retorno de Cristo como iminente, ou seja, que Ele poderia voltar a qualquer momento. Caso contrário, o boato de que Jesus voltaria durante a vida de João não teria persistido. A iminência, o que é incompatível com as outras duas teorias do Arrebatamento, é um princípio fundamental do Pré-tribulacionismo.

    O ponto de vista pré-tribulacional parece ser o que mais combina com o caráter de Deus e o Seu desejo de guardar os justos do julgamento do mundo. Os exemplos bíblicos da salvação de Deus incluem Noé, que foi protegido do dilúvio mundial; Ló, que foi protegido de Sodoma; e Raabe, que foi protegida de Jericó (2 Pedro 2:6-9).

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    1. Não sei se o irmão conhece o pastor Jeferson Netto. No youtube, há vários vídeos dele que sustentam o pré tribulacionismo, tendo sempre a Bíblia como base de todo estudo. Vale a pena ouvir

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  8. NADA! Deus salvou Noé do dulúvio, estando no dilúvio; Daniel de ser comido pelos leões, estando na jaula deles, dos Hebreus serem livrados das pragas estando no meio delas... Ele nos guardará da tribulação, estando na tribulação. ;-)

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