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O Segredo da Paz!

A ansiedade é um dos grandes males deste século! As pessoas estão com muito medo do futuro. Estão preocupadas com o que possa vir a acontecer. Sofrem por antecipação. Se angustiam muito. Fazem uma tempestade num copo d'água e quando se deparam com uma verdadeira tempestade, imaginam que é o fim. Buscam solução em remédios, muitos acabam até se viciando, agravando, assim, os seus problemas.

Mas aonde estaria a solução?
É possível ter paz em meio as pressões e tribulações da vida?
Qual é o segredo da paz?
Onde reside a paz?
Como vencer a ansiedade e o temor?

As pessoas não nascem preocupadas e angustiadas. Isto é algo que elas vão aprendendo no decorrer de sua existência. Assim como se aprende, pode-se também desaprender. É claro que não é algo fácil. Estamos realmente à mercê de muitos perigos. Precisamos de ajuda para lidar com tantas ameaças. E se pudéssemos contar com uma forte proteção divina?! Sim, e se pudéssemos confiar em Deus a ponto de lançar sobre Ele todas as nossas ansiedades?! Puxa, como seria bom!

O Apóstolo Paulo nos ensina uma grande lição em sua Carta aos Filipenses, nos versículos que vão de 4 a 8.

"Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: alegrem-se! Seja a amabilidade de vocês conhecida por todos. Perto está o Senhor. Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus. Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Fp 4.4-8 )”.

Sabia que Paulo estava aprisionado quando escreveu tais palavras de ânimo? Paulo se dirige aos seus irmãos de fé que possivelmente estavam entristecidos com a sua prisão e com tantas outras perseguições injustas que os cristãos sofriam naqueles dias, e, da cadeia, os exorta, dizendo: "Alegrem-se no Senhor, outra vez digo: Alegrem-se"! Deus não está morto! Jesus ressuscitou! Ainda há esperança! A alegria no Senhor é a nossa força! E tal alegria pode ser experimentada em toda e qualquer circunstância!

Conta-se que Lutero estava muito triste e preocupado por conta das perseguições da “Santa Inquisição”, ficou deprimido por dias, até que sua mulher se apresentou diante dele vestida de luto. Ele reagiu espantando: “O que é isto, mulher? Por que estás vestida assim?” Ao que ela, ironicamente, respondeu: “É que Deus deve ter morrido para você estar assim tão triste”. Que lição não foi aquela, hein?!

Você já ouviu falar do Travesseiro Marinho? Trata-se de um fenômeno que se dá em lugares profundos dos Oceanos, que permanecem calmos e tranqüilos mesmo que a superfície esteja sendo abalada por um tremendo furacão. Isto serve para exemplificar a paz interior que um Cristão pode sentir mesmo em meio as maiores tormentas.

Certa feita, Jesus disse aos seus discípulos: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize" (Jo 14.27). Veja que a paz de Jesus é especial! O mundo só conhece paz derivada de circunstâncias favoráveis. Uma paz muito instável e passageira. Tal paz é tão frágil a ponto de levar o indivíduo, mesmo em meio ao bem bom, a se preocupar só de pensar em tudo de ruim que ainda pode vir a acontecer para por fim a festa.

Enquanto isto, vemos nas Escrituras Sagradas que a gente pode experimentar paz, mesmo numa situação de cadeia. Mesmo no meio de um temporal. Certa vez, os discípulos acompanharam a Jesus numa viagem de barco, quando, de repente, se viram surpreendidos por uma tempestade daquelas. A situação era desesperadora do ponto de vista humano. Eles ficaram apavorados. Descrentes, imaginaram o pior dos mundos. Sentiram-se abandonados por Deus e por Jesus. Não compreenderam o significado do sono tranqüilo de Jesus. Viram isto como um sinal de indiferença. De modo que eles questionam a Jesus: "O Senhor não se importa que morramos?" (Mc 4.38). Jesus acalma o tempo e depois pergunta aos discípulos “Onde está a vossa fé”? (Lc 8.25).

Como aqueles discípulos, nós também temos muito que aprender a confiar em Deus. Precisamos aprender a dizer como o Salmista: "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum!" (Sl 23.4).

O Salmo 23 ilustra que o caminhar com o bom pastor não é sempre garantia de pastos verdejantes, pois estamos sujeitos aos vales sombrios. Mas, independente das circunstâncias, podemos contar sempre com a presença salvadora do Bom Pastor, que diz "No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo". (Jo 16.33).

Por isto é que Paulo costumava exclamar de júbilo: "Se Deus é por nós quem será contra nós?!" (Rm 8.31). Ele também afirmava com toda confiança: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus"! (Rm 8.28).

Por este motivo é que podemos dar graças a Deus por tudo que nos acontece. Pois sabemos que não somos como um joguete nas mãos dos homens e nossa vida não está à mercê da sorte ou do azar. Podemos ter alegria e paz por saber que nossa vida e futuro estão nas mãos de Deus.

Por isto é que da boca do crente deve sair o louvor e as ações de graças, por isto também seus pensamentos devem estar concentrados em tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, em coisas excelentes e dignas de louvor! (Fp 4.8).

É intrigante observar os cristãos crendo no poder de Deus para ressuscitar os mortos e para conceder a vida eterna enquanto vacilam em crer que Ele cuidará de nós em coisas simples do cotidiano. Por acaso, aquele que cuida dos pássaros não cuidará também daqueles que nele confiam? (Mt 6.26).

Eu era um adolescente pobre que trabalhava de dia como office-boy e estudava à noite em uma escola pública. Comparado aos ricos de minha idade, minhas perspectivas de futuro não eram muito animadoras. Mas, sabe duma coisa? Eu não era invejoso e triste. Eu não agasalhava nenhuma amargura ou revolta em meu coração, e sabe o porque? Porque eu tinha Jesus em meu coração. Lembro-me bem de uma ocasião em que caminhava a pé alguns quilômetros para economizar o dinheiro da condução enquanto cumpria um serviço como mensageiro. Eu caminhava sobre um viaduto em São Paulo, chorando e saltando de tanta alegria, cantarolava uma canção que diz: "louvarás bem alto ao teu Pai celeste quando a glória entrar no coração!" Quem tem a glória de Deus no coração não tem porque se preocupar com o amanhã!

Por falar em canção, eu me lembrei da primeira vez que ouvi aquele conhecido cântico que diz: "A alegria está no coração de quem já conhece a Jesus, a verdadeira paz só tem aquele que já conhece a Jesus!". Foi por ocasião de uma visita que fazia ao Lar Betel em Corumbá de Goiás. Lá estavam 350 órfãos louvando a Deus com toda alegria! Ainda que tais crianças tivessem sido abandonados por seus pais, contavam com a alegria de possuírem um Pai Celeste! A alegria não está no coração de quem tem isto ou aquilo, mas, sim, de quem já conhece a Jesus!

Lembro-me do dia em que meu pai chegou em casa com o bolso de sua calça rasgado, salário do mês roubado e coração despedaçado. Naquela noite, eu vi os semblantes de meu pai e minha mãe caídos de tanta dor e preocupação. Como pagariam as contas? Como sustentariam as crianças? Eu gostaria de poder voltar no passado para poder dizer algo aos meus pais naquela noite tão triste. Eu gostaria de poder mostrar o futuro para eles. “Pai, mãe, não fiquem assim tão tristes. Deus não nos abandonou! A gente vai sobreviver, a gente vai crescer, a gente vai vencer! Alegrem-se no Senhor! Confiem na bondade e fidelidade de Deus.”

“Lancemos sobre Deus a nossas ansiedades, pois ele tem cuidado de nós” (1 Pe 5.7)! A paz de Deus que excede a todo entendimento humano guarde sempre o seu coração e a sua mente (Fp 4.7).

Bispo José Ildo Swartele de Mello

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