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Como enfrentar os traumas do passado e os desafios do presente?


Como enfrentar os traumas do passado e os desafios do presente?

Daniel era um adolescente de 14 anos de idade quando viu seu povo sendo massacrado, sua cidade destruída, alguns parentes e amigos mortos outros tantos desterrados e ele acabou indo parar como um escravo para servir aos interesses do governo inimigo.

Como um adolescente reagiria a tanta desgraça? Daniel não cantarolava aquela famosa canção da cantora Lilian que dizia "eu sou rebelde porque o mundo quis assim, porque nunca me trataram com amor e as pessoas se fecharam para mim..." Contrariando a máxima que diz que "o homem é produto do meio", Daniel não tornou-se uma pessoa revoltada, não alimentou ódio e nem desejo de vingança, não entregou-se a devassidão e nem aos vícios, antes, este moço decidiu não contaminar-se com os alimentos sacrificados aos ídolos (Dn 1.8), não se deixou levar pelos "embalos de sábado à noite", não navegou conforme a maré, escolhendo firmemente agir de acordo com os princípios de sua fé em Deus mesmo em um mundo hostil, provando, assim, que é possível ser fiel a Deus nas condições mais adversas possíveis.

Daniel manteve-se fiel a Deus diante das calamidades da vida e também não caiu nas tentações do poder, glória, riquezas e prazeres do império babilônico., onde fizeram de tudo para acultura-lo, ensinaram-lhe os costumes e valores dos caldeus, tentaram força-lo a adorar outros deuses, ofereceram todo tipo de coisas tentadoras, chegaram a mudar o seu nome, mas nada disto adiantou, pois ele manteve-se firme em seu relacionamento com Deus.

Seu caráter foi forjado na fornalha da aflição e mostrou-se íntegro diante das tentações do poder, sucesso, riquezas e luxúria dos dias de prosperidade.

Daniel jamais permitiu que os dissabores do passado sufocassem o seu presente e assassinassem o seu futuro. Manteve sempre viva sua fé em Deus. Tomou a firme decisão de não se contaminar. Ele decidiu não comer e beber da mesa do Rei, mas não porque fosse vegetariano e abstêmio, mas, sim, por que tratavam de alimentos sacrificados aos ídolos o que era contra os seus princípios religiosos (Salmo 106:28-29). Daniel não se deixou levar pela aparência atrativa daquela mesa, não ficou deslumbrado com os encantos do luxo e glória do palácio real, não foi ingênuo como a Branca de Neve, não incorreu na desobediência de Eva, pois percebeu que a maça estava encantada, bonita por fora, mas bichada por dentro. Daniel mostrou-se sábio e prudente ao perceber que tudo o que o diabo oferece, por melhor que possa aparentar, tem por objetivo final a nossa morte.

Sua decisão não foi fogo de palha. Sempre esteve rodeado pelo mal e teve de enfrentar tentações de toda espécie, mas Daniel não se contaminou e jamais se dobrou diante dos ídolos do império e sempre permaneceu leal a Deus (Dn 6.4), cultivando sua fé, orando 3 vezes por dia, ainda que isto lhe custasse uma sentença de morte na cova dos leões.

Daniel, a semelhança de José do Egito, foi fiel no pouco e sobre o muito foi colocado (Mt 25.21). Deus o exaltou a posição de primeiro ministro da Babilônia. Mas a glória e o poder jamais o corromperam. Daniel manteve-se íntegro em toda a sua longa vida. Ele sobrevive a queda da Babilônia e permanece no alto escalão do reinado medo persa tal era a sua sabedoria e reputação ilibada.
Daniel ousou ser diferente e acabou fazendo a diferença. Seu exemplo é uma inspiração para todos nós que temos também de lidar com os traumas do passado e com os desafios de um presente caracterizado por injustiças, corrupção, violência e imoralidades.

Deus nos livre de uma vida sem propósito para o Reino de Deus, sem princípios cristãos, sem os absolutos das Escrituras Sagradas, sem determinação para o bem. Deus nos livre de uma vida rasteira, de uma espiritualidade rasa, sem profundidade, sujeita às tempestades, aos ventos, as ondas, as tentações, à sedução do príncipe deste mundo, da glória desta terra e dos prazeres dos filhos dos homens. Como bem escreveu o Apóstolo João aos adolescentes e jovens cristãos, dizendo: “Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno. Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 Jo 2.14-17).

Mantenhamos firmes a nossa fé e confiança em Deus e jamais negociemos nossos princípios e valores. Sejamos fiéis e determinados como Daniel no firme propósito de não nos conformarmos com este mundo para experimentarmos aquela que é a boa, perfeita e agradável vontade de Deus para as nossas vidas (Rm 12.1-2).

Bispo Ildo Mello
Metodistalivre.org.br

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