Pular para o conteúdo principal

Simeão e Ana, profetas de esperança

Lucas registra o maravilhoso episódio da apresentação do bebê Jesus no templo, ocasião em que dois profetas da terceira idade testificaram que Jesus era o Messias esperado. Trata-se de um homem chamado Simeão e uma mulher chamada Ana. Eles nos ensinam preciosas lições de fé, esperança, perseverança, devoção e evangelização.


Lucas até menciona os nomes de poderosos como o Imperador César Augusto (2.1), o Governador Quirino (2.2) e o Rei Herodes (1.5), mas diz que a revelação foi dada a pessoas humildes como Zacarias e Isabel (1.5-25; 1.41-45; 1.57-79), José e Maria (1.26-56), os pobres pastores (2.8-20) e Simeão e Ana (2.21-40). Neste sentido, Jesus exclamará futuramente: "Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos; sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado" (Lc 10.21); e também: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres" (Lc 4.18).


Mesmo diante da corrupção dos sumos sacerdotes e da comercialização do sagrado que se dava no próprio templo, temos duas testemunhas fiéis a Deus e que não se afastaram do templo. Verdadeiros profetas do Altíssimo que conservavam viva a esperança da Vinda do Messias prometido. Em todos os tempos, a despeito das circunstancias, Deus tem sempre aqueles que lhe permanecem fiéis. Sim, há sempre um remanescente fiel! Sete mil que não se dobraram diante de Baal!

Simeão e Ana não se afastaram do templo, não naufragaram na fé, não abandonaram o caminho, não perderam a esperança mesmo diante da demora, mesmo já sendo de avançada idade, mesmo diante de tantos escândalos, permaneceram eles firmes e fortes em sua fé, alimentando também a fé de muitos ao seu redor. Eles nos ensinam que vale a pena esperar! Assim como eles aguardaram a primeira vinda de Cristo, aguardemos nós o cumprimento da bendita esperança da Segunda Vinda de Cristo. Sejamos firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que nosso trabalho não é em vão (1Co 15.58).

Os piedosos Simeão e Ana, fiéis representantes do Antigo Testamento, testificaram que Jesus é o Messias! Simeão toma o menino em seus braços e de modo poético louva a Deus pelo privilégio de contemplar o Salvador do Mundo. Ele se sente realizado e agora pode descansar em paz. Enquanto isso, a profetisa Ana, cujo nome significa graça, começa a dar graças a  Deus pelo menino Jesus, assim como aquela outra Ana demonstrou gratidão pelo nascimento de seu filho Samuel (1Sm  2.1–10). Ela não se contentou apenas em adorar, mas passou também a proclamar o nascimento do Cristo. Ana pregou,  evangelizando a todos que estavam no templo. 


Vemos aqui, no início do Evangelho, que uma mulher foi a primeira pessoa a pregar o nascimento do Messias e, lá no final, veremos mais mulheres recebendo o privilégio de serem as primeiras pessoas a proclamarem que o Cristo ressuscitou (Lc 24.9-10)! Mulheres cheias do Espírito Santo podem e devem proclamar o Evangelho! Podem e devem abrir suas bocas para profetizar como o fizeram Ana, Miriam, Débora, Hulda, Maria Madalena e as quatro filhas de Filipe (Ex  15.20; Jz  4.4; 2Rs  22.14; At  21.9). 

Ana aguardava a vinda do Messias, mas não de maneira passiva. Sua esperança a motivava a ação. Com oitenta e quatro anos de vida, seguia ela animada, envolvida em multiplas atividades no templo que ocupavam todo o seu dia e até mesmo parte da noite, tais como: adoração, jejum, oração, ações de graça, ofício profético e, por fim, pregação evangelística.  Como disse o salmista: "Mesmo na velhice darão fruto, permanecerão viçosos e verdejantes"(Sl 92.14).

Quanta deferência é concedida aqui aos humildes e desprezados em um mundo mal que discrimina os pobres, os idosos e as mulheres. “Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos” (Mt 20.16). Uma verdadeira revolução!

Bispo José Ildo Swartele de Mello
Meu Blog






Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Igreja passa pela Grande Tribulação?

Introdução Os pré-tribulacionistas afirmam que Deus não permitirá que a Igreja sofra no período da Grande Tribulação. Mas, não existe nenhum versículo bíblico que ensine que a Igreja não passará pela Grande Tribulação e nada existe também na Bíblia sobre uma Segunda Vinda de Cristo em duas fases ou etapas, separadas por sete anos de Grande Tribulação, e também não há nada sobre um arrebatamento “secreto”, pois não há nada de secreto e silencioso nos relatos que descrevem o arrebatamento da Igreja ( 1Ts 4.16-17 ; Mt 24.31 ).  Outra incongruência deste ponto de vista é a ideia de um arrebatamento para tirar a Igreja e o Espírito Santo da Terra antes da manifestação do Anticristo. Se este fosse o caso, o Anticristo seria anti o quê?  Anticristos são falsos profetas que já atuavam no mundo nos tempos mais primitivos da Igreja.  Não devemos confundir Anticristo com a Besta ou Bestas Apocalípticas.  Todas as menções ao(s) Anticristo(s) aparecem nas epístolas joaninas e dizem respeito

Os cinco aspectos do chamado de Levi e as características de uma verdade...

1. O Chamado para os pecadores Este texto conta a historia de Jesus chamando o publicano Levi para se tornar seu discípulo. Publicanos tinham a fama de corruptos. Jesus chama os pecadores! (v.32) Ele veio buscar e salvar o perdido. Há salvação para os pecadores. A simpatia de Jesus pelos pecadores era admirável. Era visto constantemente na presença de pecadores. Era criticado por isto. Ilustração: Carmem, da IMel do aeroporto, ficou impactada ao ver um  bêbado entrando gritando no ônibus e causando confusão. O Cobrador falou em alta voz que ele precisava de Jesus. O bêbado respondeu dizendo: "Pra mim não tem mais jeito". O cobrador falou: : "Tem jeito sim, eu era igualzinho a você e Jesus me transformou. Cântico: Só o poder de Deus, pode mudar teu ser, a prova que eu lhe dou, Ele mudou o meu." A conversão de Levi pode ter impactado positivamente a vida do publicano Zaqueu, abrindo portas para sua conversão. 2. O chamado é para o arrependimento Arrependi

Base Bíblia da Oração de Francisco de Assis

Base Bíblia da Oração de Francisco de Assis Por Bispo Ildo Mello Ainda que não seja de sua autoria, esta oração exprime bem o ideal de vida de Francisco de Assis, que inspirou-se no exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo que não veio para ser servido mas para servir. Não trata-se aqui do esforço humano para alcançar a Deus, mas do resultado de uma vida que foi alcançada pela graça de Deus através de Cristo Jesus! Oração de Francisco de Assis Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. (Is 52.7; Mt 5.9) Onde houver ódio, que eu leve o amor; (Mt 5.44; Rm 12.20-21) Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; (Lc 6.29; 23.34; Ef 4.32) Onde houver discórdia, que eu leve a união; (1Co 1.10; Fp 2.14) Onde houver dúvida, que eu leve a fé; (Ts 1.3; Tg 1.6-8) Onde houver erro, que eu leve a verdade; (Jo 8.32; 14.6; Tg 5.19-20) Onde houver desespero, que eu leve a esperança; (Gn 49.18; Sl 31.24; 33.20; Rm 15.13; 1Ts 1.3; Fp 1.20) Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; (At 1