Pular para o conteúdo principal

Como Discernir Os Sinais dos Tempos

Por Ildo Mello

“Sabeis, na verdade, discernir o aspecto do céu, e não podeis discernir os sinais dos tempos” (Mt 16.3).

Introdução


Quais são os sinais dos tempos apontados por Jesus? Quais já se cumpriram e quais ainda estão por vir? Com que propósito Jesus nos falou de tais sinais? Os sinais servem de base para calcularmos a data de sua vinda? O retorno de Cristo é iminente?

Vivemos dias em a maioria dos cristãos demonstra muito pouco interesse a respeito das coisas relacionadas a Segunda Vinda de Cristo e o mundo por vir. Muitos Cristãos não estão buscando as coisas lá de cima onde Cristo está (Cl 3.1,2) e poucos são os que realmente clamam “Maranata”, ora vem, Senhor Jesus (Ap 22.20). Parecem mesmo estarem amando mais o mundo do que a Deus, esquecendo-se de que são peregrinos na terra. Mas, como afirmou o Apóstolo Paulo, "se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens." (1Co 15.19). Pois, "que proveito há em ganhar o mundo é perder a alma?” (Mc 8.36).

Agora, mesmo entre aqueles cristãos que demonstram interesse, poucos são os que possuem uma boa compreensão dos temas escatológicos a ponto de serem capazes de discernir adequadamente os sinais dos tempos. Espero que este breve estudo possa contribuir para uma melhor compreensão dos sinais dos tempos profetizados por nosso Senhor Jesus Cristo registrados em Mateus 24.

Primeiramente, veremos algo a respeito dos propósitos dos sinais, para que servem e para o que não servem, com algumas dicas sobre como melhor discernir a razão de ser dos sinais. Depois, estudaremos um pouco a respeito do contexto em que tais sinais foram dados, atentando para as duas questões dos discípulos que suscitaram este importante discurso de Jesus como resposta. Aí, veremos quais sinais dizem respeito à primeira questão e quais à segunda. Quais tiveram cumprimento ainda naquela geração e aqueles que teriam cumprimento em momento posterior.

Analisaremos os sinais descritos como o princípio das dores e também os sinais derradeiros, que realmente dizem que nos aproximamos do fim.

4 Propósitos dos Sinais



  1. Visam nos preparar para o que teremos de enfrentar: falsos profetas, perseguição religiosa, etc.
  2. Chamam nossa atenção para a necessidade de vigilância e perseverança, para mantermos a fé viva e o comportamento adequado.
  3. Trazem conforto e ânimo, pois nos asseguram que Deus está cumprindo suas promessas, exercendo domínio sobre tudo e que sua vinda está próxima.
  4. Mostram que temos um papel decisivo na história através da evangelização.


Discernindo os Sinais dos tempos

É Errado


  • pensar que os sinais dos tempos dizem respeito exclusivamente a eventos futuros, espetaculares e catastróficos;
  • calcular a data do retorno de nosso Senhor Jesus Cristo a partir dos sinais.


O Certo é


  • reconhecer que os sinais dos tempos revelam que Cristo já venceu a grande e decisiva batalha da cruz e que ele reina dos céus, trabalhando para colocar seus inimigos debaixo dos pés e para cumprir suas promessas. Isto traz conforto na tribulação e reforça a esperança de que o grande dia do Senhor se aproxima e que em Cristo, somos mais que vencedores!
  • vigiar, andar na luz, estando sempre preparados para a Vinda do Senhor
  • cumprir a Grande Comissão de fazer discípulos de todas as nações.


As advertências dos Sinais dos tempos


O Sermão escatológico de Jesus em Mateus 24 traz conhecimento importante sobre os finais dos tempos, mas suas repetidas exortações mostram que sua ênfase é sobre como viver à luz dessa realidade e não sobre especular ou calcular a data da Vinda.

Advertências


  1. Vede que ninguém vos engane. (Mt 24.4).
  2. Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto!, não saiais. Ou: Ei-lo no interior da casa!, não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem. Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres. (Mt 24.26–28).
  3. "Aprendei, pois, a parábola da figueira” (Mt 24.32).
  4. "vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” (Mt 24.42).


Os sinais não servem de base para marcar a data da vinda de Cristo


  1. “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai.” (Mt 24.36).
  2. Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá. (Mt 24.42–44).
  3. Os sinais do fim não oferecem um quadro claro e defino do cenário dos últimos dias:
  4. Os sinais do fim falam tanto de tempos de tribulação (Mt 24.9,21,29 como também sobre período de normalidade e paz como nos dias de Noé (Mt 24.37-39 e 1Ts 5.3).
  5. Multiplica-se a iniquidade (Mt 24.12), mas também temos o sucesso da propagação do Evangelho (Mt 24.14).
  6. Crescem joio e trigo concomitantemente até a consumação dos séculos (Mt 13.24-30).



A Segunda Vinda de Cristo é iminente?

A Segunda Vinda de Cristo é iminente? Pode acontecer a qualquer momento sem prévios sinais? A resposta é não. Pois não seria lógico concluir que determinados textos estão ensinando a idéia da iminência hoje, quando se evidencia que estes mesmos textos não poderiam ter sido interpretados neste sentido por seus primitivos destinatários. Por exemplo, os textos, como Mc 9.1; Mc 13.29-30; Mt 10.23; Rm 13.11-12; Tg 5.8; 1 Pe 4.7; Ap 22.20; Hb 10.25, 37; 1 Jo 2.18, usados pelos dispensacionalistas para defender uma Segunda Vinda de Cristo iminente, nunca poderiam ter sido compreendidos pelos discípulos com esta intenção, pois quando foram escritos, certos eventos tinham, necessariamente, que ocorrer antes da Segunda Vinda de Cristo, por exemplo: A promessa do consolador (Jo 16.7, 13, 26); Evangelho deveria ser pregado a todo mundo (Mt 26.13; At 1.8; 9.15; 22.15; 26.2); Pedro seria morto conforme profetizado por Cristo (Jo 21.18); guerras viriam antes do fim (Lc 21.9); primeiro ocorreria a apostasia e o aparecimento do Homem da Iniquidade (2 Ts 2.2,3). Paulo recebeu de Deus diversas orientações sobre o que lhe ocorreria no decurso de sua vida e ministério, inclusive sobre sua morte (At 9.15; 22.15; 26.2; 23.11; 27.24; 28.30; 2 Tm 4.5ss. Fica evidente, então, que a Igreja neo-testamentária não poderia ter esperado uma vinda de Cristo a qualquer momento. Se os textos usados pelos dispensacionalistas nunca poderiam ter significado de iminência para os leitores originais, também não têm este significado para nós, hoje.

Cristo no Sermão das últimas coisas nos ensinou que sinais deveriam preceder sua Segunda Vinda. Sinais depõem contra a ideia de “iminência”. Os sinais não têm a intenção de nos conceder condições para precisar o dia da Segunda Vinda, Jesus denuncia a fascinação por cálculos (Mt 24.33-36); os sinais mencionados por Cristo são inespecíficos para este fim, antes, o propósito é preparar o povo de Deus com a compreensão das pressões que terá de suportar. O propósito de Jesus é encorajar, não a especulação, mas a vigilância, fortalecer a fé e advertir os discípulos do que será a sua sorte como seguidores dela. Aqui, Cristo está ensinando que tudo está debaixo do domínio de Deus. Ele mesmo prometeu que sempre estaria conosco até a consumação dos séculos (Mt 28.20), dando força para sermos capazes de perseverar até o fim e sermos salvos (Mc 13.13). Jesus nos ajuda enxergar que além dessas tribulações está a Sua bendita e gloriosa Vinda (Mc 13.24-27). Por não sabermos quando se dará o Seu retorno, devemos ser vigilantes, estando sempre preparados para nos encontrarmos com o nosso Deus (Mt 24.42-25.13).

Alguns textos sugerem um tempo relativamente longo entre a ascensão e a Segunda Vinda de Cristo (Rm 9; 11; Mt 24.45-51; 2 Pe 3). O livro de Atos é um livro de história da Igreja e ninguém escreve história convencido de que o mundo está para acabar.
Os textos que falam sobre uma “vinda súbita” e o dos “sinais”, e mesmo aqueles que apontam para uma “demora”, não são contraditórios, mas complementares. Em 1 Tessalonicenses 5, temos uma referência à “vinda súbita”, já em 2 Tessalonicenses 2, temos a menção de “sinais” que devem preceder a Segunda Vinda de Cristo. Jesus não disse que poderia vir a qualquer momento, antes profetizou uma série de eventos que se dariam antes daquele glorioso dia. Tais sinais não são suficientemente precisos para calcularmos o tempo da Sua vinda, que para nós permanece como incerta, requerendo que estejamos sempre alertas. Este “em breve” pode até nos parecer demorado, como bem explicou Pedro, dizendo que há um propósito para o que encaramos como “demora”, a longanimidade de Deus e seu desejo que nenhum pereça (2 Pe 3.9); Pedro ensina que podemos fazer algo para “apressar” a Segunda Vinda de Cristo (2 Pe 3.12), que depende, em algum sentido, das conversões (At 3.19-21). Jesus disse: “Mas é necessário que primeiro o evangelho seja pregado a todas as nações” (Mc 13.10; cf. Mt 24.14).

Conforme o ensino do apóstolo Pedro, a Segunda Vinda de Cristo não é iminente, pelo contrário ela depende da realização dos propósitos de Deus, que, por sua vez, estão vinculados à missão da Igreja. É desta forma que podemos entender o que o apóstolo quer dizer com esta incumbência dada aos cristãos de “apressar” a vinda do Senhor (2 Pe 3.12).
Seria contraditório crer que a Segunda Vinda de Cristo pode se dar a qualquer momento, independente de qualquer fator ou cumprimento profético, e, ao mesmo tempo, ensinar que pode ser feito algo para apressar a vinda do Senhor. Ou Pedro era um pré-tribulacionista que acreditava que a Segunda Vinda de Cristo era iminente ou era, como deixou claro em sua segunda epístola, daqueles que acreditam que a Segunda Vinda do Senhor depende, entre outras coisas, da obra missionária da Igreja. Por isso, exorta os cristãos que cumpram o seu papel, apressando a volta de Jesus.
Agora, vamos estudar os sinais anunciados por Jesus Cristo para compreender melhor este importante assunto.

Mateus 24.3 - 2 questões

  1. Quando sucederão estas coisas: Destruição do templo (Mt 24.2) e a queda de Jerusalém (Mt 23.38)
  2. e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século? 

Sinais relacionados a questão 1, quando sucederão estas coisas: destruição do templo (Mt 24.2) e a queda de Jerusalém (Mt 23.38)?


  • “todas estas coisas hão de vir sobre esta geração”(Mt 23:36)
  • sacrilégio e destruição do templo – “Eu lhes garanto que não ficará aqui pedra sobre pedra…” (Mt 24:1,2). Profecia cumprida em 70 d.C.
  • e a Queda de Jerusalém - “Eis que a casa de vocês ficará deserta.” (Mt 23:38). “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo… Então, os que estiverem na Judéia…” (Mt 24:15,16; Cf. Dn 9.26).
  • “não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam” (Mt 24:34).


Sinais relacionados a questão 1: E que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século?

Quadro Geral

Que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século?


  1. Falsos cristos e falsos profetas (v. 4, 5, 11 e 24)
  2. "guerras e rumores de guerras" (v. 6)
  3. "haverá fomes e terremotos” (v. 7)
  4. "Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome.” (v. 9)
  5. "E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos." (v. 12)
  6. "E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim. (v. 14)


Metade destes sinais dizem respeito ao princípio das dores (Mateus 24.4-8)


  1. Falsos cristos e falsos profetas (v. 4, 5, 11 e 24)
  2. "guerras e rumores de guerras" (v. 6)
  3. "haverá fomes e terremotos” (v. 7)


1. Falsos Profetas


  • (v. 4 e 5) "Cuidado, que ninguém os engane. Pois muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Eu sou o Cristo! ’ e enganarão a muitos."
  • (v. 11) "e numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos."
  • (v. 24) “Pois aparecerão falsos cristos e falsos profetas que realizarão grandes sinais e maravilhas para, se possível, enganar até os eleitos.”



Anticristos são falsos profetas e não governadores tiranos


  • “Filhinhos, esta é a última hora; e, assim como vocês ouviram que o anticristo está vindo, já agora muitos anticristos têm surgido. Por isso sabemos que esta é a última hora.” (1 Jo 2:18).
  • “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo: aquele que nega o Pai e o Filho.” (1 Jo 2:22).
  • “mas todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus. Esse é o espírito do anticristo, acerca do qual vocês ouviram que está vindo, e agora já está no mundo.” (1 Jo 4:3).
  • De fato, muitos enganadores têm saído pelo mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em corpo. Tal é o enganador e o anticristo. (2 Jo 1:7)


Não confundir Anticristo com a Besta


  • Todas as menções ao(s) Anticristo(s) aparecem nas epístolas joaninas e dizem respeito aos hereges ou falsos profetas, enquanto as Bestas apocalípticas se referem a imperadores tiranos.



2. Guerras


  • (v. 6) "guerras e rumores de guerras"
  • “Então saiu outro cavalo; e este era vermelho. Seu cavaleiro recebeu poder para tirar a paz da terra e fazer que os homens se matassem uns aos outros. E lhe foi dada uma grande espada.” (Ap 6:4).



3. fomes e terremotos


  • (v. 7) "haverá fomes e terremotos em vários lugares; (apenas o princípio das dores)
  • “Quando o Cordeiro abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizer: "Venha! " Olhei, e diante de mim estava um cavalo preto. Seu cavaleiro tinha na mão uma balança. Então ouvi o que parecia uma voz entre os quatro seres viventes, dizendo: "Um quilo de trigo por um denário, e três quilos de cevada por um denário, e não danifique o azeite e o vinho!” (Ap 6:5,6).
  • “Naquela mesma hora houve um forte terremoto, e um décimo da cidade ruiu. Sete mil pessoas foram mortas no terremoto; os sobreviventes ficaram aterrorizados e deram glória ao Deus do céu.” (Ap 11:13).
  • Houve, então, relâmpagos, vozes, trovões e um forte terremoto. Nunca havia ocorrido um terremoto tão forte como esse desde que o homem existe sobre a terra. (Ap 16:18).



Últimos Sinais

Mateus 24.4-8
4. Grande Tribulação dos Cristãos
5. Apostasia
6. Propagação do Evangelho

4. Grande tribulação cristã


  • (v. 9) "Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome.”
  • “… eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos… Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.” (Ap 7:9 e 14).
  • "E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los” (Ap 13:7).
  • "Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.” (Rm 8:36,37).
  • Observa-se que a tribulação do v. 9 diz respeito aos cristãos perseguidos por causa do nome de Jesus, enquanto que a grande tribulação registrada a partir do v. 15 tem a ver com a destruição do templo e de Jerusalém como juízo de Deus conforme Jesus profetizou em Mt 23:37 e 38 e 24:1-2. vide também as 70 Semanas de Daniel 9.



Quadro comparativo das duas espécies de tribulações mencionadas por Cristo.


Para saber mais a respeito da Grande Tribulação, recomendo a leitura do estudo que se encontra no seguinte link:  http://escatologiacrista.blogspot.com.br/2008/02/grande-tribulao.html 

5. Apostasia


  • (v. 12) "E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos."
  • “Não deixem que ninguém os engane de modo algum. Antes daquele dia virá a apostasia e, então, será revelado o homem do pecado, o filho da perdição.” (2 Ts 2:3).
  • “Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?" (Lc 18:8)



6. E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo


  • (v. 14) "E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim.
  • Jesus espera que a Igreja cumpra a sua missão: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:19).
  • O Apocalipse revela que a Igreja será bem-sucedida em sua missão de fazer discípulos de todas as nações: “Depois disso olhei, e diante de mim estava uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, de pé, diante do trono e do Cordeiro, com vestes brancas e segurando palmas” (Ap 7.9).
  • A paciência de Deus e seu desejo de salvar mais e mais pessoas são a causa de Cristo ainda não ter regressado. “O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Pelo contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento.” (2Pe 3:9). Portanto a Igreja tem um papel preponderante, pois pode acelerar o processo através da propagação do Evangelho, como disse o Apóstolo Pedro em 2 Pedro 3.12: “esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão.



O grande Dia do senhor

A Segunda Vinda de Cristo e a nossa reunião com Ele que se dará através do arrebatamento será um evento glorioso, retumbante e visível. Haverá portentosos sinais nos céus e todos o verão vindo sobre as nuvens com grande poder e glória.

Sinais nos céus

  • (v. 29) "o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados.
  • “Observei quando ele abriu o sexto selo. Houve um grande terremoto. O sol ficou escuro como tecido de crina negra, toda a lua tornou-se vermelha como sangue” (Ap 6:12).
  • "O quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferido um terço do sol, um terço da lua e um terço das estrelas, de forma que um terço deles escureceu. Um terço do dia ficou sem luz, e também um terço da noite.” (Ap 8:12)



Sua Vinda não será secreta ou discreta

- Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis… Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto!, não saiais. Ou: Ei-lo no interior da casa!, não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem. (Mt 24.23–27)

Virá de modo visível e glorioso

  • "Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória.” (Mt 24.30).
  • “… eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem… (Dn 7.13).
  • “… Este mesmo Jesus, que dentre vocês foi elevado ao céu, voltará da mesma forma como o viram subir”. (At 1:11)
  • "Eis que ele vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram…” (Ap 1:7).

Neste mesmo dia se dará arrebatamento da Igreja

“Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá… Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. 31 E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus." (Mt 24.29–31).

Jesus ensina que o arrebatamento da Igreja acontecerá após a Grande Tribulação no momento de sua visível, ruidosa e gloriosa vinda!

Paulo também ensinou que a Vinda do Senhor e a nossa reunião com ele que se dá através do arrebatamento somente acontecerá após a manifestação do homem da iniquidade, portanto, após a Grande Tribulação: "Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele.. isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição. (2Ts 2.1–3).


Uma grande dificuldade de interpretação

Os textos abaixo indicam que tais eventos se dariam naquela geração e que sua vinda seria logo após a Grande Tribulação, mas não foi bem assim. Como entender, então?
  • “Enchei vós, pois, a medida de vossos pais. 33 Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno? 34 Por isso, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas. A uns matareis e crucificareis; a outros açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade; 35 para que sobre vós recaia todo o sangue justo derramado sobre a terra… 36 Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre a presente geração. (Mt 23.32–36).
  • não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam (Mt 24:34).
  • "Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá…” (Mt 24.29).

Diante deste dilema, devemos lembrar que Jesus está respondendo à duas questões distintas. Uma tem a ver com a Queda de Jerusalém e a outra com a sua Segunda Vinda. A queda de Jerusalém e a destruição do templo se deram naquela mesma geração, no ano 70 d.C., conforme a profecia de Jesus.
Já os sinais da Segunda Vinda apontam para um período mais bem mais longo que envolve muitas guerras, terremotos e a propagação do Evangelho por todo o mundo.

Lembremos também que Jesus descreve duas distintas espécies de Grande Tribulação. Numa, aquela geração judeus sofreria em decorrência do juízo de Deus e, na outra, os cristãos sofreriam por amor a Cristo. Uma é de natureza estritamente judaica, pois tem a ver com o juízo de Deus sobre aquela geração de judeus que rejeitou o Cristo, culminando com a destruição de Jerusalém, enquanto que a outra é de natureza cristã, nada mais tendo a ver com juízo de Deus sobre Jerusalém e nem com a profanação e a destruição do templo, porque diz respeito à perseguição que os cristãos de todas as partes do mundo sofreriam por causa do nome de Jesus.

Os três Evangelhos sinóticos registram a profecia sobre a Grande Tribulação de Jerusalém, pois foram escritos antes da Queda de Jerusalém, já o Evangelho de João, escrito após, nada menciona a este respeito, pois já não era mais profecia, mas, sim, história. No entanto, João, no livro de Apocalipse, também escrito em período posterior, descreve uma Grande Tribulação que produziria uma incontável multidão de mártires cristãos procedentes de todos os povos, tribos, línguas e nações (Ap 7.9-14).

Portanto, aquela geração de judeus realmente sofreu todos aqueles juízos, exatamente como foram profetizados por Jesus. A angústia de Jerusalém foi tremenda em decorrência dos 7 anos de sítio que gerou até infanticídios por conta da perturbadora fome. Tal cerco só acabou com a invasão do exército liderado pelo General Tito que profanou o templo e depois o destruiu, juntamente com toda a cidade. Como Cristo não regressou logo após a Grande Tribulação de Jerusalém, devemos lembrar que Jesus também mencionou uma Grande Tribulação que atingiria os cristãos por conta de sua fidelidade a Cristo e que também mencionou sinais que indicam a necessidade de um período que vai muito além de uma geração para ser cumprido.


Concluindo

Aprendemos que Os sinais:


  1. Não servem para calcular a data da Vinda de Cristo
  2. 2. Visam nos preparar para o que teremos de enfrentar: falsos profetas, perseguição religiosa, etc.
  3. chamam nossa atenção para a necessidade de vigilância e perseverança, para mantermos a fé viva e o comportamento adequado.
  4. trazem conforto e ânimo, pois nos asseguram que Deus está cumprindo suas promessas, exercendo domínio sobre tudo e que sua vinda está próxima.
  5. Mostram que temos um papel decisivo na história através da evangelização.



Os sinais e a vida cristã

Discernir o propósito dos sinais tem implicações importantes para nossa conduta diária, pois significa:

  1. “remir o tempo, porque os dias são maus” (Ef 5.16)
  2. uma exortação a “andar como filhos da luz” (Ef 5.8).
  3. reconhecer que não somos meros expectadores, mas agentes escatológicos que apressam o retorno de Cristo (2Pe 3.9,12; Mt 24.14 e Ap 7.9) através do cumprimento da missão de fazer mais e mais discípulos de todas as nações (Mt 28.20).

Comentários

  1. tenho uma dúvida: quando fala que devemos vigiar (...) que Ele virá numa hora que menos esperar (...). Neste caso não entendo pois como o Senhor Jesus virá após a grande tribulação, após os 7 anos, neste caso nós vamos estar esperando, vamos estar sofrendo, no meio do caos. Como então diz para ter cuidado pois estaríamos casando e dando em casamento...essa ultima frase parece que estaríamos vivendo um tempo de paz antes dele aparecer e não de perseguição. Será que após a tribulação, ou seja, terminados os 7 anos Jesus ainda vai demorar um pouco, tipo anos, em que vamos nos recuperar e voltar a viver normalmente. ???? Muitas dúvidas, por favor, me ajude!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

A Igreja passa pela Grande Tribulação?

Introdução Os pré-tribulacionistas afirmam que Deus não permitirá que a Igreja sofra no período da Grande Tribulação. Mas, não existe nenhum versículo bíblico que ensine que a Igreja não passará pela Grande Tribulação e nada existe também na Bíblia sobre uma Segunda Vinda de Cristo em duas fases ou etapas, separadas por sete anos de Grande Tribulação, e também não há nada sobre um arrebatamento “secreto”, pois não há nada de secreto e silencioso nos relatos que descrevem o arrebatamento da Igreja ( 1Ts 4.16-17 ; Mt 24.31 ).  Outra incongruência deste ponto de vista é a ideia de um arrebatamento para tirar a Igreja e o Espírito Santo da Terra antes da manifestação do Anticristo. Se este fosse o caso, o Anticristo seria anti o quê?  Anticristos são falsos profetas que já atuavam no mundo nos tempos mais primitivos da Igreja.  Não devemos confundir Anticristo com a Besta ou Bestas Apocalípticas.  Todas as menções ao(s) Anticristo(s) aparecem nas epístolas joaninas e dizem respeito

Os cinco aspectos do chamado de Levi e as características de uma verdade...

1. O Chamado para os pecadores Este texto conta a historia de Jesus chamando o publicano Levi para se tornar seu discípulo. Publicanos tinham a fama de corruptos. Jesus chama os pecadores! (v.32) Ele veio buscar e salvar o perdido. Há salvação para os pecadores. A simpatia de Jesus pelos pecadores era admirável. Era visto constantemente na presença de pecadores. Era criticado por isto. Ilustração: Carmem, da IMel do aeroporto, ficou impactada ao ver um  bêbado entrando gritando no ônibus e causando confusão. O Cobrador falou em alta voz que ele precisava de Jesus. O bêbado respondeu dizendo: "Pra mim não tem mais jeito". O cobrador falou: : "Tem jeito sim, eu era igualzinho a você e Jesus me transformou. Cântico: Só o poder de Deus, pode mudar teu ser, a prova que eu lhe dou, Ele mudou o meu." A conversão de Levi pode ter impactado positivamente a vida do publicano Zaqueu, abrindo portas para sua conversão. 2. O chamado é para o arrependimento Arrependi

Base Bíblia da Oração de Francisco de Assis

Base Bíblia da Oração de Francisco de Assis Por Bispo Ildo Mello Ainda que não seja de sua autoria, esta oração exprime bem o ideal de vida de Francisco de Assis, que inspirou-se no exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo que não veio para ser servido mas para servir. Não trata-se aqui do esforço humano para alcançar a Deus, mas do resultado de uma vida que foi alcançada pela graça de Deus através de Cristo Jesus! Oração de Francisco de Assis Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. (Is 52.7; Mt 5.9) Onde houver ódio, que eu leve o amor; (Mt 5.44; Rm 12.20-21) Onde houver ofensa, que eu leve o perdão; (Lc 6.29; 23.34; Ef 4.32) Onde houver discórdia, que eu leve a união; (1Co 1.10; Fp 2.14) Onde houver dúvida, que eu leve a fé; (Ts 1.3; Tg 1.6-8) Onde houver erro, que eu leve a verdade; (Jo 8.32; 14.6; Tg 5.19-20) Onde houver desespero, que eu leve a esperança; (Gn 49.18; Sl 31.24; 33.20; Rm 15.13; 1Ts 1.3; Fp 1.20) Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; (At 1